Defesa da mestranda Camilla Ribeiro

defesa

 

Caminhos Dialógicos: A gestão democrática e participativa como experiência política e prática pedagógica em uma escola

 

Camilla Ribeiro

 

Resumo: A presente dissertação é resultado do projeto de pesquisa desenvolvido no Mestrado Profissional em Tecnologia para o Desenvolvimento Social (MPTDS) vinculado à linha de pesquisa “Gestão Participativa” do Núcleo Interdisciplinar para Desenvolvimento Social – NIDES. A pesquisa foi realizada em uma escola de educação infantil, situada no bairro da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro. Analisar a prática da gestão participativa identificando os efeitos do processo dialógico adotado como norteador da gestão de uma escola de educação infantil. De maneira mais específica, proponho apurar e analisar seus efeitos sobre os Educadores, de forma individual e coletiva, no que tange ao processo pedagógico, à gestão administrativa e às relações interpessoais. A metodologia adotada tem como diretriz a pesquisa participante com inspirações da pesquisa-acão. Busca, a partir do diálogo com os trabalhadores da escola, os Educadores, as potencialidades e dificuldades na implementação de uma gestão democrática do trabalho entre os adultos e seus efeitos sobre o fazer pedagógico. A presente dissertação é resultado do projeto de pesquisa desenvolvido no Mestrado Profissional em Tecnologia para o Desenvolvimento Social (MPTDS) vinculado à linha de pesquisa “Gestão Participativa” do Núcleo Interdisciplinar para Desenvolvimento Social – NIDES. A pesquisa foi realizada em uma escola de educação infantil, situada no bairro da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro. Analisar a prática da gestão participativa identificando os efeitos do processo dialógico adotado como norteador da gestão de uma escola de educação infantil. De maneira mais específica, proponho apurar e analisar seus efeitos sobre os Educadores, de forma individual e coletiva, no que tange ao processo pedagógico, à gestão administrativa e às relações interpessoais. A metodologia adotada tem como diretriz a pesquisa participante com inspirações da pesquisa-acão. Busca, a partir do diálogo com os trabalhadores da escola, os Educadores, as potencialidades e dificuldades na implementação de uma gestão democrática do trabalho entre os adultos e seus efeitos sobre o fazer pedagógico.

 

Data e horário: Dia 10 de agosto de 2018 as 13h30.

Local: Centro de Tecnologia da UFRJ, Bloco H, Auditório da H-322 (em frente a escada)

 

Banca:

– Prof. Dr. Michel Thiollent (Orientador) – PPGTDS/NIDES/UFRJ

– Prof. Dr. Flávio Chedid – PPGTDS/NIDES/UFRJ

– Profª Drª  Madalena Colette – UNIGRANRIO

– Profª Drª Eugenia Motta – IESP/UERJ

Orgulho de ser engenheira?

Esse texto, escrito por Mariana Cyriaco, ex-bolsista do Soltec, contribui no debate trazido pelo Centro Acadêmico de Engenharia da UFRJ sobre a reprovação de 70% dos alunos em Cálculo 1 em 2018/1 (https://www.facebook.com/UFRJ.CAEng/photos/a.625381080880989.1073741828.624343327651431/1758435587575527/?type=3&theater).

 

Por

 

Volta e meia me pego divagando sobre a minha profissão. Sou engenheira, mas por muitas vezes tenho dificuldade em me identificar como tal, sendo duramente reprimida por vários amigos da engenharia. “Pô, você não tem orgulho de ser engenheira?”. Tenho e não tenho.

Estudei em uma das melhores faculdades de engenharia de produção do país, compartilhei essa jornada com amigos inteligentíssimos. Mas comecei a faculdade como uma menina criativa e segura de si. Terminei duvidando muito da minha própria capacidade e me sentindo extremamente metódica e racional, quase burocrática.

Tive professores maravilhosos que me incentivaram a procurar soluções para questões reais, montar protótipos de produtos, trabalhar em campo com questões sociais. Mas a maioria das matérias que estudei se resumia a ter aulas medíocres com professores que se orgulhavam de reprovar 60% da turma. Acabar com a autoestima dos alunos parecia uma missão.

Muitos outros apenas davam palestras desinteressantes para alunos desinteressados e se limitavam a exigir presença. Li “Ensaio Sobre a Cegueira” na aula de Gestão da Qualidade. Fui proibida de ler em aulas de macroeconomia que duravam 4 horas e pareciam sessões infinitas de tortura. Escrevia cartas para mim mesma a fim de me manter sã. Era tudo tão chato e enfadonho, tive que enterrar minha criatividade para sobreviver.

Os professores exigiam disciplina, mas como ter disciplina sem antes ter paixão? Sou extremamente comprometida com as coisas que acredito, mas não consigo ser disciplinada simplesmente porque alguém mandou. Talvez esse sistema educacional sirva apenas para algumas pessoas, talvez, para poucas, mas definitivamente não serviu pra mim.

Por sorte fiz um mestrado – em uma área diferente, em um país diferente, com com uma linha de ensino diferente – que me lembrou que eu gosto de estudar. Eu podia escolher um tema que gostasse para trabalhar dentro de uma matéria específica. Eu tive liberdade de investigar as coisas que me interessavam, contanto que seguissem uma linha metodológica. Eu saí do mestrado querendo fazer um doutorado um dia. Querendo dar aula um dia. Querendo fazer uns 37 cursos de pós graduação e aprender sobre um montão de coisas da sociedade, da vida, da ciência, de mim.

Descobrir que eu gosto de estudar, redescobrir minha criatividade, tentar reencontrar minha auto estima em relação a minha inteligência foi um processo que me custou tempo e me custou dinheiro. A faculdade não precisava e não deveria ter destruído isso.

Se eu tenho orgulho de ser engenheira? Bem, acho que tenho orgulho de olhar para problemas de uma forma estruturada, da minha objetividade, da capacidade analítica. Mas isso não me serviria de muito, menos ainda de motivo de orgulho, se eu não tivesse desenvolvido outras competências que considero fundamentais, como a empatia, a vontade de olhar para o próximo e o comprometimento com o sociedade e o mundo em que vivo. Otimizar processos em uma fábrica e gerar redução de custos de milhões não me brilham os olhos se esse for o único objetivo.

A faculdade de engenharia precisa urgentemente trabalhar com o lado humano das pessoas. Precisa urgentemente canalizar a criatividade dos alunos rebeldes para solucionar problemas. Tantos inventores poderiam nascer dali. Tantos solucionadores de problemas complexos. Mas somos reduzidos a nada porque não nos adaptamos a esse sistema burocrático de educação. Porque somos indisciplinados, já que não conseguimos ter paixão. Cada vez mais vejo pessoas brilhantes indo embora da engenharia.

Em resumo, tenho orgulho da minha trajetória, mas não necessariamente da minha formação.

 

Imagem da campanha do CAENG com o slogan 70% de reprovação não é normal

O legado da Marielle: Extensão e Movimentos Comunitários

 

Dentro das inúmeras lutas da Marielle Franco no Rio de Janeiro, uma delas era trazer a Universidade para cumprir sua função social: a de combater a desigualdade, lutar contra as injustiças e desenvolver projetos na área de educação popular e assessoria a organizações comunitárias e movimentos sociais. Nesse sentido, o NIDES foi chamado inicialmente a contribuir com a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (CDDHC/ALERJ) e posteriormente Marielle contribuiu para trazer a pauta de gênero e raça para dentro do mestrado de Tecnologia para o Desenvolvimento Social (PPGTDS/NIDES/UFRJ).

Assim, o NIDES tem o prazer de convidar toda a comunidade acadêmica da UFRJ para debater junto com três militantes comunitárias que atuaram com Marielle, e hoje continuam seu trabalho, atuando também junto com o NIDES em projetos de extensão, para discutir propostas para manter o legado de Marielle na construção de um Rio de Janeiro mais justo e menos desigual.

Data: 9 de agosto, das 15:00 as 18:00

Local: Salão Nobre do Centro de Tecnologia da UFRJ

Participantes da mesa: Renata Souza, Mônica Francisco e Rose Cipriano

Facebook: https://www.facebook.com/events/1500790473360255/

Faça sua pré-inscrição gratuita em: https://goo.gl/forms/VDoXxqFYN4L76Qh02

Defesa do mestrando Thiago Camargo de Albuquerque

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E A MÁQUINA LIVRO VIROU NA MÁQUINA JOGO: Sistematização de uma experiência pedagógica baseada na obra literária Macunaíma, de Mário de Andrade

 

Thiago Camargo de Albuquerque

 

Resumo: O Grupo de Educação Multimídia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (GEM/UFRJ) promoveu duas edições de um curso piloto que tiveram como proposta a tradução da obra Macunaíma, de Mário de Andrade, em jogos analógicos. Estes cursos se realizaram no Instituto Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro – campus Nilópolis e no laboratório do GEM, na Faculdade de Letras/UFRJ. Com base em tal experiência, esta dissertação buscou oferecer dados que possibilitassem a análise de limites e possibilidades da realização de oficinas de transposição de linguagens entre literatura e jogos analógicos no âmbito do Projeto Travessias: Palavra-Imagem, que é operacionalizado pelo GEM há dez anos. Tratou-se, portanto, de uma sistematização de um conjunto de experiências (HOLLIDAY, 2006) relativas ao curso, desde a sua formulação até a avaliação final por seus participantes. A formulação do curso e, por consequência, esta dissertação possibilitaram a conexão de áreas do conhecimento aparentemente distantes entre si, como a educação, a literatura, a ludologia e a tradução. Pautado no trabalho como princípio educativo (SAVIANI, 1989), o curso organizou os participantes em torno de uma atividade de tradução intersemiótica (PLAZA, 2003) que consistiu numa interpretação coletiva da rapsódia marioandradina (ANDRADE, 1984) pelo aporte de materiais críticos a referida obra (SOUZA, 1979) (PROENÇA, 1987) a fim de desenvolver  jogos de tabuleiro análogos ao material estudado. Deste modo, a experiência essencial proporcionada pelo jogo (SCHELL, 2008) e suas narrativas emergentes (SALEN e ZIMMERMAN, 2012) buscaram referenciar a obra original, fazendo uso principalmente de suas mecânicas. A sistematização apresentou dados e apontamentos para o aprimoramento de atividades semelhantes em futuras ações do Projeto Travessias, bem como possibilidades de apropriações destes materiais a profissionais da educação interessados em promover atividades pautadas em princípios da interdisciplinaridade, do sociointeracionismo ou da politecnia.

 

Data e horário: 23 de julho de 2018, 16:00

Local: Centro de Tecnologia da UFRJ, Bloco H, Auditório da H-322 (em frente a escada)

 

Banca:

– Profª Drª Eleonora Ziller Camenietzki (orientadora) – PPGTDS/UFRJ (por videoconferência)

– Profª. Drª. Priscila Matsunaga – PPGTDS/UFRJ

– Prof Dr. Paulo Maia – PPGTDS/UFRJ

– Prof. Dr. Guilherme Xavier – PUC–Rio

– Profª. Drª. Eliane Bettocchi – UFJF (por videoconferência)

 

Qualificação da mestranda Priscila Rodrigues

qualificacao

 

Análise da Tecnologia de gestão para implementação e aplicação da Lei 10.639/2003 no curso de licenciatura em Educação Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Priscila Rodrigues de Almeida Bourguignon

 

Esta pesquisa tem como objetivo analisar, através da tecnologia de gestão, como o curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, que é considerado centro de ensino por excelência, implementou nos seus pilares pesquisa, ensino e extensão, a Lei Federal 10.639/2003 que rege sobre o currículo do sistema educacional brasileiro. Além disso, como o curso diploma graduandos e pós-graduando para atuarem na educação básica, pois compreende-se que a Educação Física e a escola estão aproximados de um projeto societário hegemônico, eurocêntrico e ainda possibilita estar articulado as propostas pedagógicas de caráter tecnicista, esportivista. Essa pesquisa torna-se relevante por estarmos em um ano emblemático, em que se comemora 130 anos da abolição e 15 anos que essa lei reparadora está em vigor.  Na metodologia será um estudo de caso (YIN, 2005) qualitativo, com abordagem exploratória com a finalidade de proporcionar à investigação de fenômenos contemporâneos, dentro de um contexto de relações de poder e disputas políticas por narrativas. Delimita-se a pesquisa a um único caso que será o curso de licencia em Educação Física da UFRJ dentro de um recorte temporal, entre os anos 2000 e 2013. Haverá uma triangulação entre dois métodos intitulados por Yin (2005) de descritivo-histórica e análise. Para a coleta de dados, realizaremos entrevistas presenciais e individuais através de roteiro de informante-chave com professores, chefes de departamento e coordenadores de curso. Além disso, teremos um levantamento documental dessa instituição como: Projeto Político Pedagógico (PPP), currículos e regimento da instituição. Para análise e interpretação de dados, aplicaremos as prescrições da Lei Nº 10.639/2003; o (Parecer CNE/CP Nº 003/2004 e a Resolução CNE/CP Nº 01/2004 e sobre a formação de professores de Educação Física (Parecer CNE/CES Nº 0058/2004 e a Resolução CNE/ CES Nº 07/2004).

 

Palavras-chave: tecnologia de gestão; formação docente em Educação Física; relações raciais; currículo; políticas públicas educacionai.

 

Data/horário: 12 de julho as 10h

Local: Sala ABC112 (Próximo ao Banco Itaú e ao Restaurante Universitário), Centro de Tecnologia, UFRJ.

 

Banca:

Prof. Dr. Sidney Lianza (orientador) NIDES/UFRJ 

Prof. Dr. Paulo Peres (orientador) EEFD/UFRJ 

Prof. Dr. Paulo Cezar Maia NIDES/UFRJ 

Prof. Dr. Antônio Cláudio Gómez de Sousa  NIDES/UFRJ 

Prof.ª Dr.ª Michele Pereira de Souza da Fonseca EEFD/UFRJ

Qualificação da mestranda Paula Callegario de Souza

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Conselho Consultivo da Área de Proteção Ambiental (APA) de Cairuçu: um olhar sobre a gestão participativa

Paula Callegario de Souza

 

Este trabalho tem por objetivo analisar oportunidades e desafios da participação em conselhos gestores de áreas protegidas para promoção do desenvolvimento sustentável e fomento à justiça socioambiental, utilizando como estudo de caso o Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental (APA) de Cairuçu – CONAPA Cairuçu. Para essa avaliação a experiência de gestão participativa do conselho, os dados obtidos por meio de revisão de literatura, legislação e documentos produzidos no âmbito do CONAPA, observação participante e entrevistas semiestruturadas, foram sistematizados e alicerçados na Teoria Fundamentada (Flick, 2009). A Área de Proteção Ambiental de Cairuçu foi criada no início da década de 1980 e abrange a metade do município de Paraty, estado do Rio de Janeiro. A área protegida tem por objetivo assegurar a proteção da Mata Atlântica (um bioma altamente ameaçado que abriga espécies endêmicas e raras) e das comunidades caiçaras integradas a esse ecossistema”(BRASIL, 1983). Porém o território abrangido pela APA é objeto de disputas oriundas de múltiplos interesses que mesclam grandes empreendimentos (especulação imobiliária, estruturas de turismo náutico) e o modo de vida de diferentes comunidades tradicionais que residem no município. Na análise preliminar de atas e documentos produzidos pelo conselho pude observar conflitos, desconfiança e falta de conhecimento do motivo da unidade ter sido criada e também da formulação do Plano de manejo (2005). Percebi também a atuação do conselho restrita a gestão consultiva, com poucas oportunidades de uma gestão participativa. A gestão participativa no conselho da APA de Cairuçu, passou a avançar nos dois últimos anos, com a revisão do plano de manejo e a reestruturação deste conselho.

 

Palavras-chaves: participação, áreas protegidas, conselho gestor, justiça socioambiental.

 

Data/horário: 12 de julho as 14h

Local: Sala ABC 112, Centro de Tecnologia, UFRJ.

 

Banca:

Profº Drº Sidney Lianza (orientador) – NIDES/UFRJ

Profª Drª Paula Chamy Pereira da Costa (orientadora) – NEPAM/UNICAMP

Profº Drº Felipe Addor – NIDES/UFRJ

Profº Drº Antonio Claudio Gomez Souza – NIDES/UFRJ

Profª Drª Vera Maciel – UNESA

 

Suplência Externa:

Drª Fatima Karine Pinto – FIPERJ

 

Defesa do mestrando Davi Henrique Rodrigues

defesa

 

SISTEMATIZAÇÃO CRÍTICA DA PRÁXIS DA PAPESCA ENTRE 2012 E 2018 NO CANTO DE ITAIPU SOB A PERSPECTIVA DAS RELAÇÕES DE PODER

 

Davi Henrique X. B. C. Rodrigues (contato: davi.carioni@gmail.com)

 

Resumo: Desde novembro de 2012, o Programa de Pesquisa-Ação na Cadeia Produtiva da Pesca Artesanal (PAPESCA), programa de extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro, tem contribuído para o empoderamento de pescadores artesanais, bem como da população tradicional e não tradicional que se reproduz socialmente no território do Canto de Itaipu, Niterói. Nesta dissertação, adotando referenciais teórico-metodológicos da sistematização crítica, da pesquisa qualitativa e da dialogicidade, buscamos compreender a práxis da PAPESCA desde a sua chegada ao Canto de Itaipu até o ano de 2018, tomando como preocupação as relações de poder que emanaram desta inserção. Em um contexto marcado por relações intracomunitárias fortes, pela existência de um considerável número de parcerias com organizações externas e pela inserção de uma reserva extrativista marinha, a PAPESCA conseguiu construir laços de confiança que lhe permitiram propor, negociar e executar um conjunto de atividades educativas. Deste processo, avaliamos que se iniciou a formação de um coletivo que foi capaz de enfrentar, por curto espaço de tempo, as relações de poder estabelecidas localmente no território. Este processo chama a atenção pela sua intensidade e comprometimento dos participantes que se encontravam semanalmente para discutir o andamento das atividades. Olhando para dentro, notamos que a PAPESCA manteve sua história de fortalecer a participação e a autonomia estudantil através de uma práxis que efetivamente integra ensino, pesquisa e extensão. Os estudantes de graduação e pós-graduação que passaram pela PAPESCA demonstraram protagonismo em diversas ações que foram, como dito, negociadas com os atores locais do Canto de Itaipu. Ademais, no campo científica, a PAPESCA reforça uma posição contra hegemônica na produção de conhecimento e no ensino da engenharia, que adota como princípios solidariedade, alteridade, cidadania, transparência, do respeito à diversidade cultural e ao meio ambiente e tem como pressuposto uma visão crítica da ciência e da tecnologia.

 

Data e horário: 09 de julho de 2018, 14:00

Local: Sala 208, Bloco C, Centro de Tecnologia

 

Banca:

– Prof. Dr. Sidney Lianza (Orientador – NIDES/UFRJ)

– Prof.ª Dr.ª Vera de Fátima Maciel Lopes (UNESA)

– Prof.ª Dr.ª Marcia Ferreira Mendes Rosa (SEE/RJ)

– Prof. Dr. Ricardo Ferreira de Mello (NIDES/UFRJ)

– Dr. Marcelo Andrade Amorim (PPE-COPPE/UFRJ) – Suplente

– Prof. Dr. Celso Alexandre Souza de Alvear (NIDES/UFRJ) – Suplente

Defesa do mestrando Tiago Quaresma

Defesas mestrado PPGTDS 2018

 

O ENSINO DO ESPORTE E A RACIONALIDADE TÉCNICA NA CONTEMPORANEIDADE: POSSIBILIDADES E LIMITES

Tiago Quaresma Costa

O presente trabalho de pesquisa teve como principal questão de investigação a racionalidade técnica e sua forma de manifestação no esporte. Para isso, partimos da questão da técnica como aspecto que assume uma potente presença nas sociedades capitalistas, sobretudo, nas formas como se dá a produção. Considerando que as sociedades capitalistas possuem um tipo de racionalidade própria que demarca as formas como as sociabilidades humanas se dão e que essa racionalidade tende a se espalhar pela sociedade, compreendemos que produz e sofre, ao mesmo tempo, as influências desta racionalidade, absorvendo traços característicos dela. A racionalidade técnica tende, assim, a proliferar-se de tal forma que gera uma sociedade unidimensional cujo produto desta sociedade é o próprio homem de características unidimensionais. Os elementos da cultura, como é o caso do esporte e da educação, podem sofrer a influência desta unidimensionalidade, resultando em uma formação unilateral. Desta forma, pretendeu-se nesse trabalho captar as expressões desta unidimensionalidade em alunos dos anos finais do ensino fundamental, buscando entender, assim, como se manifesta o pensamento unidimensional-positivo em relação ao esporte. Como contraponto a essas expressões, foi utilizada uma Matriz Metodológica Crítica, de corte crítico-dialético, em 10 aulas, após as quais tentamos captar a expressão da tensão entre as concepções de mundo unidimensional-positiva e dialético-negativa por meio da perspectiva de esporte de alunos do 2° segmento do ensino fundamental.
 
Palavras-chave: Racionalidade Técnica, Técnica e Esporte.
 
DATA: 19/06/2018 HORÁRIO: 15:00 hrs
LOCAL: Sala H-227 – Centro de Tecnologia (CT) – Universidade Federal do Rio de Janeiro.
 
BANCA EXAMINADORA:
Orientador: Prof. Dr. André Malina – UFRJ/PPGTDS
Prof. Dr. Ângela Celeste Barreto de Azevedo – UFRJ/PPGTDS
Prof. Dr. – Silvio de Cássio Costa Telles – UERJ/PPGCE
Prof. Dr. – Efrain Maciel e Silva UFG
Suplentes: Prof. Dr. Antonio Cláudio Gomez Sousa – UFRJ/PPGTDS
Suplentes: Prof. Dr. Carla Geovana Fonseca da Silva de Castro – SECTI/ES
 
 
Convite de Defesa de Mestrado Tiago

 

 

Defesa do mestrando Nelson Ravelo

Defesas mestrado PPGTDS 2018

 

“CONTRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO POPULAR E DA PESQUISA AÇÃO À ADEQUAÇÃO SOCIOTÉCNICA: Estudo de caso de um curso de extensão”

Nelson Andrés Ravelo Franco

Nesta dissertação estudam-se as contribuições da experiência do curso de extensão “Formação crítica em sistemas técnicos de energia – Introdução”, realizado em parceria entre o Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, para identificar como as metodologias da Pesquisa Ação e da Educação Popular podem operacionalizar uma proposta de Adequação SocioTécnica. Fez-se escolha deste caso por seu caráter único, porquanto além de trabalhar desde uma perspectiva crítica da tecnologia, foi orientado por essas duas propostas metodológicas. Para identificar essas contribuições, foi usada a metodologia de Estudo de Caso, fazendo inicialmente uma revisão do referencial teórico, incluindo tanto aquele metodológico do curso como aquele mais conceitual no qual enquadra-se a proposta da AST. Posteriormente, através do método de pesquisa qualitativa de comparação constante além de encontrar contribuições específicas para futuras ações em parceria com o MST (reconhecendo sua proposta e sua organicidade) ou com a técnica do desenho de sistemas de geração fotovoltaica (identificando possíveis adequações), destacaram-se como as orientações metodológicas da PA e da EP permitiram construir espaços de participação que fossem ao mesmo tempo de pesquisa, educativos e de tomada de decisões, permitindo tanto a conscientização quanto a mobilização dos participantes em relação a essa visão crítica da técnica (extensionistas e assentados). Porém, também identificaram-se limitações tanto de parte do acompanhamento do MST, como produto da inexperiência e da inadequação cognitiva dos extensionistas, ou da participação dos assentados. Desta forma a dissertação apresenta esse caso buscando desafiar a futuras experiências para superar essas limitações e reconhecer as novas.

 

Data/Horário: 18/06/2018 – 14:00

Local: Centro de Tecnologia da UFRJ, sala a definir

 

Banca:

Walter Issamu Suemitsu (orientador) – NIDES/UFRJ

Luís Guilherme Barbosa Rolim (coorientador) – NIDES/UFRJ

Prof. Dr. Felipe Addor – NIDES/UFRJ

Prof. Dr. Claudio Moises Ribeiro – UFES

Prof. Dr. Renato Peixoto Dagnino – Unicamp (por videoconferência)

 

 

Depoimento sobre o assassinato de Marielle Franco

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Por: Celso Alexandre Souza de Alvear – Pesquisador-Extensionista do Soltec e Professor do mestrado do NIDES

Rio de Janeiro, 15 de março de 2018

Em nome da diretoria do NIDES, escrevo esse depoimento:

Conheci Marielle em uma reunião na Comissão de Defesa de Direitos Humanos e Cidadania (CDDHC) da ALERJ no início de 2015. A convite do professor Meirelles, outra grande pessoa que perdi no ano passado, fui na CDDHC ver como poderia melhorar o processo de acompanhamento das denuncias de violáção dos direitos humanos. Desde a primeira reunião com a Marielle, fiquei impressionado com sua capacidade de diálogo, sua inteligencia, sua sensibilidade apesar de toda sua firmeza, sua paciência com todas e todos e muitas outras características que claramente a faziam uma liderança indiscutível.

Mas não era só isso, toda a história dela era incrível, mulher, negra, favelada da Maré, mãe bem cedo na vida, e apesar de viver na pele e na carne o que é ser isso no Brasil, conseguia ter paciência para dialogar e ter muito carinho por pessoas privilegiadas como eu, homem, branco, classe média, hétero, e mesmo com pessoas conservadoras. Mas essa calma e dialogicidade que ela tinha, em nada diminuia a capacidade dela de estar nas favelas, nas periferias, aonde tinha ocorrido uma chacina, ou seja, no front da luta sempre perto daqueles e daquelas que mais precisavam do apoio dela e da CDDHC. E não era só ela, era toda uma equipe da CDDHC, que ficava claro como respeitavam ela e estavam na luta lado a lado dela, e nunca abaixo ou atrás, outra característica que tornava ela uma grande liderança.

Assim, trabalhamos juntos durante 2015 na melhoria do sistema da ALERJ, junto com alunos da eletrônica e da computação da UFRJ. Não tenho dúvidas sobre como essa experiência mudou a vida deles, lembro de eles relatarem em aula como choraram ao ouvir alguns atendimentos da comissão. Depois convidei ela mais de uma vez para vir ao Soltec e ao mestrado do NIDES debater sobre Favela e Economia Popular e Solidária e Tecnologia e Racismo na disciplina Teoria Crítica da Tecnologia. E vinhamos dialogando para pensar outras ações conjuntas. 

Hoje, dia 15 de março de 2018, acordo e quando olho o celular vejo várias mensagens de alunas e alunos, de amigos e familiares sobre o falecimento da Marielle. Corri para ver as noticias na internet, torcendo para ser algum boato, mas não era. Além da tristeza enorme, por perder a liderança política que eu mais acreditava e uma grande amiga, meu sentimento maior no momento é de ódio. Ódio ao fascismo que vemos crescendo na sociedade, ao golpe político que vivemos desde 2016, mas que na verdade vem desde uma reconciliação com algozes da ditadura, o perdão de crimes contra a humanidade, e depois governos que cederam e buscaram conciliações inaceitáveis. Ódio a todos nós privilegiados que não fazemos o suficiente contra a morte diária de jovens, negras e negros, favelados, indígenas, quilombolas, agricultores familiares, mulheres e muitos outros grupos que vivem a margem de nossa sociedade.

Assim, vim hoje dar a primeira aula da disciplina da Teoria Crítica da Tecnologia. Quis inicialmente fazer uma homenagem a tudo que Marielle representou a muitos de nós que militamos por um mundo mais justo. Quis homenageá-la pela contribuição ao Soltec e ao mestrado do NIDES, e lamentar enormemente sua perda. Mas também quis dizer aos alunos que não podemos deixar esse sentimento nos parar e imobilizar. Marielle convivia com a morte de amigos da Maré e de outras favelas todo dia, e nunca parava. Eu, privilegiado que sou, não tenho o direito de parar ou de perder a esperança. E não posso nem tenho o direito de deixar esse ódio me consumir.

Disse para os alunos e reforço que hoje eu não tinha condições de dar aula, e que daqui a pouco iria para o velório e o ato, mas que outro professor continuaria a aula sobre o Capital. Que aqueles que tivessem condições físicas e psicológicas deveriam continuar na aula, pois para lutarmos pelo mundo que queremos não basta só ativismo, como também não basta só reflexão. Temos que alternar momenttos de ativismo e momentos de reflexão crítica, até para revermos sempre nossa luta. Infelizmente, nós que lutamos perdemos a toda semana amigos ou sofremos golpes a ataques políticos contra tudo que lutamos. Mas se ficarmos só reagindo a cada momento desse, não construímos a transformação que queremos para daqui a vários anos. Temos que lutar pelo hoje e pelo amanhã ao mesmo tempo, e isso é uma das coisas mais difíceis da luta, pois existem muitas contradições nesse caminho.

Deixo abaixo algumas fotos de Marielle no Soltec e na confraternização no fim da aula de TCT no ano passado. E parto com muita tristeza para o velório de minha grande amiga Marielle Franco.

Marielle no Soltec
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Marielle com a turma de TCT 2017.1
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Marielle com a turma de TCT 2017.1
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Marielle com a turma de TCT 2017.1
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Marielle com a turma de TCT 2017.1